quinta-feira, 5 de maio de 2011

Flash weekend: Berlin

Tal como planeado, já que a nossa Páscoa, não foi mesmo Páscoa, como tínhamos quatro dias livres e como estávamos para aqui sozinhos, decidimos viajar.
Aproveitando a vantagem de estarmos praticamente no centro da Europa, os destinos que apareciam no nosso horizonte eram vários. Acontece que tomámos a decisão de viajar na Quinta-feira à hora do almoço, e a ideia era partir nessa mesma noite, por isso restava pouco tempo para encontrar um hotel, e não fosse este o fim-de-semana prolongado da Páscoa, e a tarefa teria sido mais fácil.
Acabámos por encontrar um em Berlim, e lá fomos nós.
Confesso que gostei tanto da cidade que decidi fazer aqui um pequeno guia para os amiguinhos que lá quiserem passar um fim-de-semana. Se levarem convosco a informação certa, conseguem visitar toda a cidade, com todo o conforto e de forma bem económica. Então aqui fica:

1. Onde dormir:
Normalmente quando viajo em lazer costumo tentar sempre ficar num hotel do grupo Accor, preferentemente um Ibis. Como a maioria sabe, são por hábito baratos e têm mais ou menos os mesmos standards de conforto em qualquer país da Europa - o que quer dizer que sabemos sempre o que vamos encontrar. Na generalidade o nível de conforto e o serviço são bastante bons. Desta vez já não conseguimos encontrar nenhum Ibis, por isso ficámos num Etap - e com estes já não é a mesma história. Há Etaps melhores que Ibis mas também há espeluncas onde nunca mais me apanham. Tivemos de correr o risco, mas felizmente tivemos imensa sorte. Ficámos no ETAP HOTEL Berlin Ost Marzahn, que fica numa zona sossegada, mas com uma estação de comboios de ligação directa ao centro em 10 minutos, a passar de 5 em 5. O hotel é um tanto antigo, mas razoável - mais do que suficiente para quem só lá vai tomar banho e dormir. Tem wifi no quarto e estacionamento gratuitos. Aconselho vivamente.

2. Deslocações:
Nós fomos de carro, por isso não posso dar instruções na primeira pessoa sobre as deslocações aeroporto - cidade. No entanto sei que existe uma linha de comboio dedicada a este percurso.
Quanto aos transportes públicos, em Berlim existe uma coisa fantástica que se chama Welcome Card. O bilhete para 72h (3 dias) custou-nos 22.90 eur / pessoa, e para além de inúmeros descontos para tudo quanto é ponto turístico (e não são coisas do tipo 50 cent num bilhete de 30 eur, são descontos à séria!), este "cartão" oferece-nos transportes entre as zonas A e B (as únicas que interessam) de borla. Autocarro, comboio, metro, tram... tudo sem a preocupação de comprar bilhetes, validar bilhetes, mostrar bilhetes, e por aí em diante. Assim, só é necessário validar este passe na primeira viagem de transporte público e a partir daí, basta andarem com ele (e com o guia que o acompanha) na carteira. É fácil e é barato, só não dá é milhões, mas não se pode ter tudo!

3. Onde comer:
Se o vosso orçamento for tão curto como o meu, Berlim é a cidade perfeita. Os melhores lugares para comer são junto às estações de comboios. Há óptimos restaurantes de todo o tipo (desde tradicionais, passando por asiáticos, italianos, franceses, indianos até àqueles que não percebemos bem). E melhor que a comida, só mesmo o preço. Come-se muito bem por cerca de 5 eur/pessoa.

4. O que visitar:
Fácil! Está tudo no guia que vem com o Welcom Card, incluindo respectivas paragens dos transportes públicos, e mapas de tudo e mais alguma coisa. A única coisa adicional que é importante terem convosco é um mapa das ruas em si, porque os principais lugares turísticos não são muito fáceis de encontrar sem ajuda. O guia também apresenta os preços e o valor de desconto que oferece para cada lugar (normalmente cerca de 5 eur), o que facilita o planeamento da visita.
Nós decidimos apanhar boleia num daqueles autocarros turísticos descapotáveis (mais precisamente este)  e ficámos orgulhosos da nossa escolha! Assim conseguimos passar pela maioria dos pontos turísticos da cidade e decidir quais gostaríamos de ver em pormenor. Além disto, este autocarro funciona em sistema hop on and off, o que significa que podemos sair em qualquer paragem, e entrar no próximo (de 10 em 10 min).
Decidi que, para evitar que outras pessoas desperdicem algum do seu tempo como eu fiz, deixo apenas uma nota sobre os pontos que NÃO vale a pena visitar: Berliner DDR Motorrad Museum e Jewish Museum, foram ambos uma grande desilusão porque não há praticamente nada para ver. É claro que Berlim é uma cidade grande mas três a quatro dias são o suficiente para ficar a conhecê-la. Não percam o museu Anne Frank, uma pequena maravilha escondida num prédio quase em ruínas, que foi sem dúvida o ponto alto e mais emocional da minha viagem.

5. Nota geral:
Berlim é a capital de que mais gostei até agora. A carga histórica e emocional respira-se por todas as ruas e o contraste cultural "do antes e do depois da queda do muro" observa-se em todas as esquinas. É uma cidade multicultural e onde a liberdade ganhou outro significado e é gritada por todos os edifícios, atitudes e indivíduos. É claro que tudo isto tem muito a ver comigo, com o meu gosto pessoal e com a minha forma sentimental de estar na vida. Mas seja como for, acho impossível que alguém fique indiferente a esta cidade depois de a visitar, porque vale mesmo a pena.

Só para terminar, deixo algumas fotos da aventura dos pinóquios na Alemanha.
Beijinhos e abracinhos!


Tratamento VIP, não estivéssemos na Alemanha

Os pinóquios no bus turístico

Eu e os meus amigos Beatles, encontrei-os lá por acaso

The wall

Donuts! Tantos como nunca vi. Numa outra vida devo ter sido o Homer Simpson

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